domingo, 3 de abril de 2011

Anjo

Não te acanhes, anjo
Por te olhar com tanta devoção
Não me abandones, anjo dos cabelos cor de trigo!

Teus olhos fundos não me mostram saída de tua alma
Afundei-me neles como nos mares mais escuros
Quisera eu saborear-te o sal das lágrimas...!

Teus lábios castos, secretos
Me são trazidos por Morfeu
Oh! anjo da pele de luz
Sacia-me o desejo mundano!

Olhar-te só...

Minha alma torna-se plena
Com um sorriso de tua alma
Anjo, meu doce anjo
Vem embalar-me em meus sonhos de menina...!
Vem envolver-me em meus devaneios de mulher...

Menkalinan (06/04/2006)

(Para continuação da postagem, clique abaixo...)



Ah, meus pobres leitores...! Pra poder justificar o que se passava (e às vezes ainda passa) na minha cabeça enquanto escrevo esse tipo de poesia acho que precisaria de várias postagens... e isso se justifica pelo fato de, na verdade, eu não estar exatamente apaixonada quando escrevo essas coisas. Ou melhor, estou. Mas não exatamente por uma pessoa. Mas essa divagação deixarei pra outra postagem (sim, tem mais melosidade a caminho...).

Só a título de esclarecimento, esse "anjo de cabelos cor de trigo" não se refere a nenhuma paixonite adolescente, não! Trata-se de um texto que tinha na apostila de Literatura que contava o mito de Eros e Psique (aliás, acabo de descobrir que o correto em português é Psique, e não Psiquê... bizarro...) - na verdade foi só um resumo da primeira parte. Mas a imagem (mental, já que o texto não tinha ilustração) de Psique contemplando Eros adormecido - e a descrição do deus com sua pele branca, o rosto corado e os cabelos - adivinhem - cor de trigo ficou na minha cabeça. Enfins... devaneios completamente normais em se tratando da minha pessoa...

Esqueçamos as divagações literárias e vamos falar do que interessa agora - atualizar tudo o que me ocorreu nessas últimas semanas (depois do jogo do Palmeiras aqui em Uberaba, quero dizer). Pra começar, como já tinha dito, tive minha primeira aula no dia 24 (houve uma reunião da disciplina no dia 17 - eu rouca por causa do jogo da noite anterior - mas aula, mesmo, só na quinta-feira seguinte. Aliás, "reunião" entre aspas, mas deixa quieto...).

Eu não tinha parado pra pensar no tempo que fazia desde a minha última aula. Ano passado, como foi "só" de estágio e TCC, praticamente não tive uma aula pra valer. Então... sabem, sentar em uma carteira com um caderno diante de mim (finalmente o estreei, weee!) disposta a fazer anotações, pareceu-me uma cena meio surreal depois de tantos meses.

Equação de Schrödinger. OMG! Como é que o professor começa a aula assim?!?! Eu já devia saber onde estava amarrando meu carneirinho lilás, anyway... e claro, ele falava que era simples resolvê-la para o hidrogênio, e tudo o mais, e eu ali, com cara de paisagem (posteriormente soube que não fui apenas eu que viajei naquela aula... era pra eu estar mais tranquila?).

Enquanto ele falava de integrais e derivadas, e das coordenadas, e dos desenhos de orbitais, e etc, eu embarcava em um mundo onírico, o olhar vidrado. Eu juro que estava tentando prestar atenção, mas acho que perdi a prática. Enfim, só a tempestade fustigando a janela que me ajudava a ficar atenta.

Outro problema que me dificultava a vida era o ar-condicionado. No começo da aula (antes do começo da tempestade) ele até era bem-vindo, o calor estava infernal. No entanto, com o passar dos minutos, fui começando a sentir frio. Minha pressão, que é um pouco mais baixa que a dita "normal", foi caindo... e me deixando sonolenta e com frio. E, claro, falar de cálculos me ajudava muuuito a ficar acordada... -not

Obviamente que, quando o assunto saía dos cálculos para falar de química computacional em si, eu despertava um pouco mais. Quando conseguimos entender um assunto, dá um ânimo extra, não é?

Quando saí da aula, minha pressão estava no limite inferior da aceitável, e eu nem precisava de esfigmomanômetro pra saber disso. Vesti meu agasalho e fui com meu amigo Ceição (mestrando também, embora tenha entrado no semestre passado) até um café ali perto tomar um bom chocolate quente e comer.

(Aliás, adorei aquele café. É pequeno, mas achei bastante agradável e arrumadinho, e as atendentes são simpáticas. Apesar de mais caro que uma lanchonete, com certeza é bem melhor)

Quando ia pagar, ainda encontrei a Rafa, que eu nem sabia que estava na cidade. Tão bom encontrar alguém da turma! Meio que ressalta que aquilo não acabou pra valer. Enfim, ficamos de marcar qualquer coisa um dia desses...

A rotina de leitura de artigos continuou, não andei indo muito à faculdade nestes dias. Mas quarta passada, dia 30, tive minha primeira experiência didática.

Na verdade, trata-se de lecionar a uma turma de RRA (uma espécie de dependência, não sei explicar direito) em Química Orgânica. Meu orientador organizou um revezamento entre os três mestrandos orientados por ele (Ceição, eu e mais um).

Foram só umas cinco garotas, o que fez com que eu me sentisse quase monitora de novo. Passei uma aula-resumo sobre alquenos e depois resolvi alguns exercícios com elas. Infelizmente acho 1h30 muito pouco, maaas... paciência.

Bem no fundo, apesar de eu ter ficado bastante ansiosa/nervosa com essa experiência, na hora eu me senti quase tão aluna quanto elas, uma simples monitora - até porque estamos na mesma faixa etária, creio (aliás, não duvido de que houvesse até mais velhas que eu). Por isso achei muito estranho quando, enquanto estava de costas para as alunas (eu me dirigia à frente da sala no momento), ouvi uma delas chamar "Professora!". Quero dizer, acho que ouvi. Foi algo tão estranho, meio surreal, que nem tenho certeza.

Engraçado, né? Eu sempre quis ser professora, mas acho que, em minhas fantasias, eu era como os meus professores aparentam ser - uma pessoa segura de seus conhecimentos, altiva, séria. E eu me sentia tão insegura! Era uma espécie de choque entre papéis distintos, uma tentativa de mudar minhas características de estudante de uma hora pra outra e me tornar subitamente infalível. Mas, ao mesmo tempo, eu tinha uma identificação muito grande com as outras garotas - talvez as idades aproximadas tenham auxiliado nesse efeito.

Nessa espécie de "crise de identidade", a aula ficou um tanto artificial, na minha opinião. Eu senti (embora não faça ideia do que elas pensaram de mim) que não foi natural. Admito que isso me frustrou muito. Eu me vi um tanto confusa em minhas explicações, insegura se elas estavam ou não compreendendo o que eu dizia, e a cara meio enfadada delas (embora eu reconheça esse tipo de expressão em muitos alunos em muitas aulas diferentes) piorava essa sensação.

É... um amigo mui querido costumava dizer que eu sou "complexa" demais... que tendo a complicar demais as coisas, principalmente dentro de mim. Mas não dá pra evitar, acho.

No dia seguinte tivemos nossa segunda aula, que foi a continuação da primeira. Não sei se foi por já ter assistido a uma (e desenferrujado), mas estava mais desperta. Bom, o conteúdo também ajudou, já que teve bem menos matemática e mais teoria relevante. O professor já nos passou também os tutoriais que cada um será encarregado de mostrar. Nesses próximos dias devo cuidar disso...

Mas primeiro preciso instalar a versão mais nova do Gaussian na minha máquina. Estou esperando por um dia em que o laboratório esteja mais vazio, pois o meu PC está espremido em um canto muito ingrato, o que me dá uma certa claustrofobia. Bem que podiam mudar o armário de lugar pra que eu possa usar uma cadeira mais ergonômica, também (sim, meu PC fica escondido, espremido entre a parede e a estante de livros). Enfim...

Oh, e tenho novidades! Amanhã finalmente recordarei os "velhos tempos" de facul de período integral, pois começam duas novas disciplinas... uma pela manhã e outra à tarde. É, tá começando... pois bem, na próxima postagem conto sobre essa segunda-feira atarefada e falo das minhas impressões sobre as aulas na pós-graduação. Já andei conversando a respeito com o Ceição, e acho que vai sair um post meio melancólico...

Só pra responder ao comentário... pois é, Carol, também acho "muçarela" feio demais... embora isso esteja pautado em uma regra gramatical (no aportuguesamento de termos italianos) deviam mudar isso por causa do uso extenso. Eu nunca vi nenhum estabelecimento vendendo "muçarela", e se vendesse certamente seria alvo de chacotas (injustas).

Pois ééé, minha avó tem umas ideias meio estranhas. Ela acha que estádio só tem homem violento sem camisa (também... meu avô é corinthiano, de que torcida será que ela pegou o exemplo? Huahuahua, tá parei). Riu, né? Huahuahua! É, espero que eu veja o Verdão jogar mais vezes, mas na Libertadores, por exemplo... mas aí fica beeem mais difícil sem viajar (imagine o Uberaba na Libertadores). Poderia ser pelo Brasileirão, mas daí o Uberaba tinha de se "desafundar" da série D... (confronto entre eles só na série A, pelo amor de Deus!) Kissus, saudades!


Bom, é isso, galera. Kissus e até a próxima!

P.S.: A seção Off junkies também não apareceu hoje, né... optei por deixar pra depois da fase "Menkalinan". Os textos já são suficientemente off em um blog que fala de mestrado, né? Aliás, os próprios P.S. são comentários meio off. De qualquer forma, aguardem...

P.P.S.: Enquanto terminava esta postagem, o Palmeiras venceu o Santos por 1x0 na Vila Belmiro. Neymar não dá tanta sorte assim com a gente, huahuahua! DÁ-LHE PORCO!!!

P.P.P.S.: Ontem me bateu uma vontade irresistível de assistir ao meu box com os seis primeiros episódios de Lost Canvas. Dohko é uma fofura, mas Shion e Albafica... aiaiai, que perfeitooos! Aliás, Albafica-sama nem é perfeito, é mais que isso... é mito! *-* (Eu sei da minha resolução de não usar emoticons, mas o momento pedia isso).
*Aliás, que Kurumada-sensei me perdoe, mas a Shiori Teshirogi deu uma aula de montagem de personagens - e também de utilização dos cavaleiros de ouro. Aldebaran, Máscara da Morte, Afrodite... tinham tanto a ser aproveitado!
**Andei lendo o gaiden (claro, a tradução do CD-áudio) do Albafica... poxa, podiam fazer um pequeno episódio com ele, a história ficou boa (e o Shion aparece, claro)! O mesmo vale pro da Yuzuriha.

P.P.P.P.S.: A pessoa retornou à minha vida. Coração mais leve...

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