Quem é o brasileiro? É aquele rosto famoso na revista de fofocas; é aquela cara desconhecida que pega ônibus com você. É aquele que canta nas rádios de música sertaneja; é aquele que só arrisca uma balada no chuveiro. É aquela caravana animada que está sempre no show mais badalado; é aquele grupinho que se reúne uma vez ou outra para ler poemas. É aquele que é movido à base de churrasco; aquele que não passa sem um pão de queijo; e aquele que fica só na saladinha básica.
O brasileiro é aquele que simplesmente não pode ser equiparado a uma paleta de cores, a uma simples mistura de "branco, negro e índio", como aprendemos no primário. É algo mais, é uma paleta de alma. Existe o corinthiano carnívoro por formação e convicção; existe a palmeirense vegetariana, verde de corpo e alma. Existem flamenguistas e tricolores; cruzeirenses e atleticanos; e existem, claro, aqueles que detestam futebol.
Escrever mais? Impossível. Como descrever uma população que parece um gigantesco reality show? Cento e noventa milhões de participantes de milhares de localidades?
Quem vence?
A mais rica variedade cultural do planeta...
Menkalinan (26/05/2006)
(Clique abaixo para a continuação da postagem, pra variar...)
Eu não sei exatamente o que dizer desse texto, pra falar a verdade. Não me lembro de algum motivo em especial que tenha me compelido a escrever essa pequena crônica clichê. Só me lembro de estar entediada no laboratório de Informática à época, e cismei de escrever alguma coisa. Saiu isso. Não é bem meu estilo, na verdade.
Agora vamos parar de falar do texto e falar um pouco de mim... como prometido, o "lado B" das aulas do mestrado. Coincidentemente, no sábado de manhã, ouvi no rádio a música que tocou na nossa colação, na hora do discurso sobre a amizade (ou melhor, sobre a turma, né?) - Le cose che vivi, da Laura Pausini.
E eu chorei. Não copiosamente, mas chorei. Eu nunca tinha ouvido essa música no rádio, ou talvez nunca tenha prestado a devida atenção, mas naquele momento... a colação, a formatura, os momentos que passamos juntos... tudo isso passou na minha mente embalada pela canção.
Ah, Bio XVI...
Não é que eu não esperasse, na verdade. O ambiente da pós-graduação é por definição neutro e individualista. Uma vez que você utiliza o sistema de créditos e assiste apenas às aulas de seu interesse, não há a solidificação de uma turma. É como se os seus colegas fossem apenas pessoas que, por mero acaso, optaram pela mesma disciplina que você. E assim que a disciplina acaba... acabou-se. Há algum tempo estava conversando com o Ceição sobre esse tom mais impessoal que envolve a pós-graduação, pelo menos por enquanto.
Claro, há duas pessoas com quem converso um pouco mais e me relaciono menos formalmente, mas eu já as conhecia. Sem contar, claro, alguns mestrandos antigos com os quais eu já me relacionava na Bioquímica antes mesmo de me formar. Mas de resto... não passa de coleguismo. Só de reparar no tom dos meus e-mails já dá pra perceber a diferença... saudade de surtar...
Admitamos que, à medida que o tempo passa e "evoluímos" nas relações sociais, as noções de amizade e turma acabam se modificando. Eu não consigo comparar a Bio XVI aos meus amigos de colégio, são amizades - e fases - completamente diferentes. O mesmo se dá agora. O que não me impede de sentir saudade, não é mesmo?
Paro pra pensar no que mudou e no que mais me faz falta. Ok, minha vida social continua praticamente nula, então não mudou lá grande coisa.
Sinto falta da unidade da Bio XVI. Sinto falta de poder falar amenidades com a turma antes do início da aula, de tomar uma coca no intervalo, de ficar jogando conversa fora nos bancos de pedra do Campus I (curiosa a importância que bancos de pedra têm na minha vida social; vide meus tempos de colégio). De vez em
Saudade até mesmo dos tempos de estágio, em que teoricamente estávamos separados. Quando nos intervalos a gente ia comer alguma coisa e, de vez em quando, conseguia encontrar outros grupos. Dos casos clínicos em que eu era a leitora oficial (aliás, constantemente venho recebendo casos clínicos por engano, o que aumenta a minha nostalgia).
No fundo era aquela convivência que supria minhas necessidades de socialização, e é justamente dessas conversinhas leves do dia-a-dia que eu sinto mais falta.
É uma sensação bem diferente da que eu tinha no início da faculdade, na verdade. No começo da facul havia a falta de intimidade não apenas com a turma, mas com o próprio ambiente universitário. Havia o receio, havia o pedestal em que eu tinha colocado todos os outros, que me pareciam mais maduros e bem melhores que eu. Mas a convivência acabou derrubando esse muro.
Mas hoje... já não sou uma menina recém-saída do colégio. Até a Universidade é a mesma, os professores são o mesmo, a atividade é a mesma (comparando-se ao TCC). Admito ainda me sentir inferior aos outros em alguns momentos (o que é frequente em se tratando de mim), mas minha postura evoluiu, aparenta ser mais segura porque o ambiente não mudou, estou "jogando em casa" agora. Por isso sei que a diferença entre as turmas não é uma questão de adaptação. Não haverá turma de mestrado como houve a Bio XVI. Por isso me habituarei a essa nova fase aos poucos, mas não espero que essa saudade seja suprida.
Eu cresci em alguns pontos. Mas ainda tenho aquele coração de graduanda que procura pela própria turma, mas que sabe que ela já não está mais lá. E por isso sempre olho para o quadro da turma quando passo por ele. Acho que crescer também é sentir saudades...
Pra finalizar este post pra lá de melancólico, responder ao comentário da Carol (que deve ser a única que lê essas pirações, huahauhua!). "Mapa diabólico", acredita que nem me lembrava desse apelido? Huahuahua... parece que o terceiro período foi em outra vida... ah, sim, estou apaixonada, completamente fascinada, mas sei que o encanto vai sumir na primeira DR do casal (traduzindo, na prova). Mas você ficou com vontade de estudar?! Huahuahua, eu tava bastante empolgada quando postei, fato...
Ih, dramalhão... e você nem viu nada, huahauha! Ainda hoje tenho um ou outro surto melancólico assim, mesmo que eu não esteja passando por problemas no momento. É, na época eu tinha 16 anos, quase pra fazer 17. Acho que pode ser, hum... quase normal nessa fase adolescente um ou outro texto mais assim. Tenso seria uma menina de dez anos escrevendo essas coisas... ok, não vou desculpar os meus surtos...
Ah, já que você disse adorar listas: achei umas realmente rachantes. Hoje não irei postá-las, mas nas próximas postagens... he!
Bom, é isso! Kissus e até a próxima!
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Off junkies
Não dá pra chamar de junk porque não é besteira. Podem considerar uma espécie de bônus, na verdade. Resolvi postar aqui a letra E a tradução da música que mencionei no post.
O tema de amizade da colação de grau da Biomedicina XVI UFTM (10/12/2010):
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