Eu queria ter coragem de tentar penetrar na mente e no coração dos que me cercam. Encontraria tantas coisas que não valem a pena serem ditas...! Mas muitas mais que valem!
Eu queria ter asas prateadas, voar pra muito longe e ficar anos pairando no infinito. E, ao retornar, descobrir que alguém, em um país exótico, achava que viver já não valia a pena, e à beira do precipício, havia me vislumbrado, e tirado de minha figura as forças renovadoras de um anjo astronauta.
Eu queria ser uma figura dos céus noturnos, queria ser procurada e descoberta sob a sombra da Lua Nova. Sim, uma figura mitológica! E, muitos milênios depois, meu nome seria associado a uma lenda. As crianças de uma tribo iriam ouvir histórias sobre um amor proibido, uma morte trágica, uma façanha inimaginável, uma fuga mágica para a abóbada celeste em busca de um sonho.
Eu queria ser um leve decibel para pairar, romântica, sobre uma sonata de Beethoven, ou então banhar em lágrimas a doçura melancólica de Chopin. Vibrar pelos dedos de Mozart e embalar jovens sonos musicais com a mente sombria de Bach.
Eu queria ser água, e fluir pelas veias de todos os seres vivos, escutando cada pensamento, participando de cada suspiro.
Eu queria ser o Amor, o cruel Amor, e arruinar vidas com uma carícia, matar com um beijo, atormentar com um sorriso. E ter uma chance maior de descobrir o porquê de tudo isso.
Mas aí eu acordo e me vejo eu, e já não sei se o Universo me embalara em meus sonhos, ou se eu estivera adormecida sobre o gélido e silencioso leito do mais profundo oceano. Estou seca, estou fria, estou viva.
Voltei do fogo e dos mares escuros para dar o devido valor ao dia... e para amar a Noite com todas as forças de minha alma cansada, numa paixão arrebatadora, opressiva, desesperada.
A minha estrela um dia virá me buscar, e a Noite me fará sua companheira eterna. Por fim, meu derradeiro casamento, e minha vida será desvirginada em um abraço ardente, mas de tal modo frio, que creio que me tornarei a própria Lenda da minha constelação.
Menkalinan (19/02/2006)
Isso aí! Menkalinan sou eu! Mais especificamente, minha versão surtada e meio quase-gótica aos dezesseis/dezessete anos de idade (Terceirão do Ensino Médio, parece que faz séculos...).
Não modifiquei nada no texto, e é essa a intenção. No fundo, ver-me no passado e talvez me reconhecer em alguma frase ou metáfora. Ou então pensar: "Putz, que vergonha, como fui escrever isso???". Acho que depende do meu humor...
No meu humor de agora, esse texto até me inspirou (normalmente reler meus antigos textos me levam a ondas emocionais semelhantes àquelas em que me encontrava
Ah, é: pra quem realmente só se importa com o que ando fazendo de mestrado... é a mesma coisa do post anterior. Lendo artigo... volte mais tarde!
Agora, responder ao comentário da minha assídua leitora Carol (huahuahua!). Divertida??? Espero poder achar isso daqui a alguns meses, huahuahua! Pois é... às vezes até tô com preguiça de escrever, mas é só começar que eu embalo. Eu não coloquei restaurante na lista porque depende do tipo... restaurante litorâneo costuma me fazer perder o apetite, uiai...
É, vou publicar, sim... afinal, assunto mesmo não aparece tanto, hehehe! E mestrandos realmente não vivem de teses e artigos!
Bom, é isso. Kissus!
FANGIRL MODE: O MEU VERDÃO VEM JOGAR AQUI, MINHA GENTE!!! E EU VOU VER!!!!!!! 16/03, A DATA!!!
* Ok, parei...
Olha a intrometida aqui.
ResponderExcluirNossa muito legal esse texto!
E que blog lindo!
PARABÉNS!
Beijos
Isso realmente acontece: "arruinar vidas com uma carícia, matar com um beijo, atormentar com um sorriso." Adorei!!!
ResponderExcluirBjoooos Mestranda!!!!